quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vladimir Herzog


Vladimir Herzog nasceu na Iugoslávia, em 1937. Em 1942, emigrou para o Brasil, com os pais Zora e Zigmund, fugindo do nazismo. Formou-se em filosofia pela USP, mas foi como jornalista que ele se destacou, tendo trabalhado em importantes órgãos de imprensa como o jornal O Estado de S. Paulo, onde ajudou a implantar a sucursal de Brasília, então recém-inaugurada. No início da década de 60, casou-se com a publicitária Clarice Herzog, com quem teve dois filhos, Ivo e André.

Em 1963, teve sua primeira experiência na TV, como redator e secretário do "Show de Notícias", telejornal diário do antigo Canal 9 de São Paulo, TV Excelsior. Em 1965, viajou para Londres, contratado pelo Serviço Brasileiro da BBC. De volta, trabalhou de 1968 a 1973 na revista Visão, como editor de cultura. Em 1972, foi para a TV Cultura, secretariar o recém-lançado “Hora da Notícia”. Paralelamente, dava aulas na FAAP e na ECA-USP.
Em todas as suas atividades, Vladimir sempre se pautou pela extrema seriedade e honestidade profissional. O mesmo rigor e o zelo que exigi de seus subordinados, impunha-se a si próprio. Em 1975, assumiu a direção de jornalismo da TV Cultura, antevendo, finalmente, a possibilidade de por em prática seu conceito de responsabilidade social do jornalismo na TV. No projeto que enviou ao presidente da Fundação Padre Anchieta, Rui Nogueira Martins, e ao secretário de Cultura, José Mindlin, que ele chamou de "Considerações Gerais Sobre a TV Cultura”, diz: “Jornalismo em rádio e TV deve ser encarado como instrumento de diálogo, e não como um monólogo paternalista. Para isso, é preciso que espelhe os problemas, esperanças, tristezas, e angústias das pessoas ás quais se dirige. Um telejornal de emissora do governo também pode ser um bom jornal e, para isso, não é preciso ‘esquecer’ que se trata de emissora do governo. Basta não adotar uma atitude servil”.
Além do jornalismo, Vladimir tinha outra grande paixão: o cinema. Seu grande sonho era fazer um filme sobre Canudos. Em 1975, havia decidido, finalmente, realizar esse sonho, mesmo com o novo cargo, de diretor de jornalismo da TV Cultura, tomando todo o seu tempo. A repressão impediu-o.

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